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“Essa conta não fecha”: os desafios demográficos que pressionam o futuro da previdência

“Essa conta não fecha”: os desafios demográficos que pressionam o futuro da previdência
04/12/2025
“Essa conta não fecha”: os desafios demográficos que pressionam o futuro da previdência
04/12/2025
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“Essa conta não fecha”: os desafios demográficos que pressionam o futuro da previdência
4/12/2025

Durante o painel “Futuro da Previdência: Novos Rumos e Possibilidades” no 32º Seminário de Investimentos e Benefícios da Capef, o Diretor-Presidente da Abrapp, Devanir Silva, chamou atenção para um tema que tende a ganhar força nos próximos anos: a necessidade de uma nova reforma previdenciária no Brasil.


Segundo ele, apesar da reforma de 2019 ter sido ampla, o país se encaminha para um cenário em que mudanças adicionais serão inevitáveis.

“A reforma de 2019 foi importante, mas não foi suficiente. Ela foi paramétrica. O Brasil precisa de uma reforma estrutural, e qualquer governo que assumir em 2027 vai ter que enfrentar esse debate”, afirmou.


Demografia: o centro da preocupação


Devanir reforçou que a discussão não é política, e sim matemática.


A combinação de baixa natalidade, maior longevidade e um sistema baseado em transferência entre gerações pressiona a sustentabilidade previdenciária.


Ele destacou:


• “Desde 2010, o Brasil não repõe mais suas famílias.”
• A taxa de fecundidade está em 1,5, quando seriam necessários 2,1 filhos por mulher apenas para manter o tamanho da população.
• Ao mesmo tempo, “as pessoas vão viver mais de 120 anos, e quem já nasceu para viver 120 anos já está entre nós”, mencionou.


Diante desse quadro, ele resumiu o problema:

“Quando nasce menos gente e se vive muito mais, em um sistema que transfere recursos entre gerações, essa conta não fecha”.


O modelo híbrido como tendência


Devanir apontou caminhos adotados por países que enfrentaram desafios semelhantes, indicando que o Brasil deverá seguir direção parecida.


Segundo ele:

  • Deve existir uma previdência básica, cobrindo renda até algo próximo da média salarial brasileira atual, cerca de R$ 3.300.
  • Acima disso, um modelo capitalizado obrigatório, administrado por entidades qualificadas, como as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, poderia complementar a proteção previdenciária.
“Esse modelo híbrido é uma tendência clara. A previdência pública continua, mas a capitalização obrigatória entra para fortalecer o sistema e garantir equilíbrio a longo prazo”, explicou.


Educação previdenciária como ponto crítico


O dirigente também chamou atenção para outro fator estrutural: a cultura de poupança do brasileiro. “Nós poupamos muito pouco, consumimos demais e não pensamos no longo prazo”, alertou.


Ele citou especialmente o comportamento das gerações mais jovens, marcadas pelo trabalho informal e pela ausência de contribuição previdenciária contínua. “O jovem acha que não adoece, não envelhece. Só que essas coisas acontecem”.


Para ele, programas de formação e conscientização precisam ser ampliados ainda no ensino médio, criando uma base mínima de educação financeira e previdenciária para as novas gerações.


Tudo isso reforça por que a previdência complementar ganha protagonismo num país que envelhece rápido e poupa pouco. Em meio às mudanças que se aproximam, contar com um plano sólido, sustentável e pensado para o longo prazo se torna cada vez mais relevante para quem busca segurança financeira no futuro.


Quer ver (ou rever) as apresentações do 21º Seminário da Capef? Acesse a página do evento clicando AQUI.

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