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"Sempre que houver espaço técnico, vamos usar o resultado para aliviar a taxa extraordinária dos Participantes do Plano BD"

"Sempre que houver espaço técnico, vamos usar o resultado para aliviar a taxa extraordinária dos Participantes do Plano BD"
11/12/2025
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11/12/2025
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"Sempre que houver espaço técnico, vamos usar o resultado para aliviar a taxa extraordinária dos Participantes do Plano BD"
11/12/2025

Quando o assunto é contribuição extraordinária do Plano BD, quase sempre surgem as mesmas perguntas: quando vai reduzir? até quando vai existir?


Essas questões foram comentadas pelo Diretor de Previdência, Henrique Tinoco, no painel “Gestão, Resultados e Benefícios dos Planos Capef”, durante o 32º Seminário de Investimentos e Benefícios da Capef.


Em sua apresentação, o Diretor mostrou um panorama geral. Começou lembrando que o BD é hoje o plano mais maduro da Entidade, com uma base de Assistidos bastante longeva e uma necessidade de liquidez muito elevada.


Segundo Tinoco, a Capef paga, por ano, algo próximo de R$ 500 milhões em benefícios, dos quais cerca de 95% vêm do Plano BD. “Temos aposentados que contribuíram por 30 anos e já recebem benefício há mais de 40. É um plano com concentração forte na faixa de 71 a 80 anos. Isso exige muito cuidado na forma como alocamos os recursos, porque não podemos correr o risco de faltar liquidez para pagar essa folha”, explicou.


Meta atuarial alta, risco controlado


Outro ponto central é a taxa de juros utilizada nas projeções do plano. Hoje, a meta atuarial do BD é de 5,25% ao ano acima da inflação, uma das mais elevadas entre planos semelhantes.

“Alcançar 5,25% reais com o nível de segurança que buscamos não é trivial. É como quando olhamos nossas aplicações pessoais, para tentar um juro maior, muitas vezes é preciso aceitar riscos que não fazem sentido no longo prazo. No plano, essa escolha tem impacto direto na capacidade de pagar benefícios”, resumiu.


Foi essa necessidade de combinar segurança, retorno e liquidez que levou, ao longo dos anos, à estratégia de alocar parte relevante da carteira em títulos públicos de longo prazo, marcados na curva e contratados com taxas acima da meta atuarial. Essa decisão ajuda a dar previsibilidade, mas também limita movimentos mais agressivos em busca de ganhos de curto prazo.


De onde veio a contribuição extraordinária, e onde ela está hoje


Tinoco retomou o histórico da contribuição extraordinária, lembrando que, após o acordo firmado em 2003, havia a previsão de que essa taxa pudesse chegar a cerca de 29% da folha de benefícios.

“Imagina ganhar 100 e deixar 29 só na contribuição extraordinária. É um peso enorme, mas naquele momento era o que garantia a sustentabilidade do plano e o pagamento dos 71% de benefício”, destacou.


Ao longo dos anos, combinando ajustes de gestão, redução de despesas e sobretudo resultados de investimentos acima da meta atuarial, esse percentual foi sendo reduzido gradualmente até o patamar atual, de 18,9%.


Segundo ele, toda vez que o Plano BD fecha um ano com rentabilidade superior à meta, a governança da Entidade tem priorizado destinar essa diferença para reduzir a contribuição extraordinária.

“Nas últimas avaliações, o entendimento do Conselho Deliberativo tem sido: sempre que houver espaço técnico, vamos usar o resultado para aliviar a taxa extraordinária dos Participantes”, explicou.


Venda de imóveis e realocação: por que isso ajuda a reduzir a taxa


Durante o debate, surgiu também a dúvida sobre o papel da venda de imóveis da carteira no esforço de reduzir a contribuição extraordinária.


Tinoco esclareceu que o ponto central não é o valor contábil do imóvel, mas a troca de uma rentabilidade baixa por outra mais elevada.

“Temos imóveis que rendem 2,5%, 3% ao ano. Quando vendemos e realocamos esses recursos em ativos que pagam juros próximos de 15% ao ano, essa diferença ajuda a gerar resultado atuarial”, afirmou.


Mesmo admitindo a possibilidade de vender alguns ativos com pequeno deságio em relação ao valor contábil, a lógica é que o ganho recorrente de juros compense a perda pontual.

“Na prática, deixamos de ganhar 2,5% sobre 100 e passamos a ganhar 15% sobre 90, por exemplo. Essa diferença é que, no fim do exercício, vira superávit e pode ser direcionada para reduzir a contribuição extraordinária”, completou.


O que esperar daqui pra frente


Uma das perguntas feitas pelos Participantes foi direta: quando a contribuição extraordinária vai acabar?


Tinoco foi realista: a tendência é de redução contínua, mas não há uma data certa para zerar a taxa. Ele reforçou que a velocidade desse processo depende de três fatores principais:

  • resultados de investimentos superiores à meta atuarial;
  • continuidade da disciplina de custos da Entidade;
  • e eventual ingresso de recursos adicionais, por meio de negociações com o patrocinador.


Ele lembrou que, em 2025, até outubro, o Plano BD acumulava um resultado técnico positivo da ordem de R$ 35 a 40 milhões, o que abre espaço para nova redução, a ser avaliada pelos órgãos de governança ao final da Avaliação Atuarial.

“Ela vai acabar? Pode até acontecer em algum momento, mas não necessariamente é a melhor estratégia. Quando o Participante aporta 1%, o Banco aporta outro 1%. Zerar completamente a taxa pode não ser o caminho mais inteligente. O horizonte mais razoável é buscar algo próximo da contribuição prevista originalmente, em torno de 10%, que já representaria um alívio muito relevante para todos”, avaliou.


Duas frentes ao mesmo tempo


Ao encerrar o tema, Tinoco resumiu o desafio em duas frentes paralelas:

  • melhorar o que já existe, reduzindo gradualmente a contribuição extraordinária com base em boa gestão e bons resultados;
  • e retomar o diálogo com o patrocinador para discutir eventuais aportes ou medidas estruturais que possam acelerar esse processo.
“Temos o desafio de melhorar, sim, mas também o desafio de fazer funcionar bem o que já existe. O que não podemos é adotar estratégias de risco que, em vez de ajudar, agravem o problema que estamos tentando resolver”, concluiu.


Quer ver (ou rever) as apresentações do 21º Seminário da Capef? Acesse a página do evento clicando AQUI.

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